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quarta-feira, 9 de março de 2011

O prazer de dar aula

Faz tempo que não escrevo e acho que fui influenciada pelo Carnaval e suas produções. Sabem o que me chamou mais atenção? Carros imensos e fantasias grandiosas que não vimos, o que vimos foram pessoas correndo para chegar ao outro lado...a troco de que???
Dar aula pra mim tem muito a ver com isso, mas vamos um pouco mais para traz.
Para começar a dar aulas de dança, passei por um processo muito dolorido. Primeiro, fiz muitos anos de aula, uns 4 anos, e lembrem-se, estou falando de Dança de Salão (Gafieira, Bolero, Forró, Soltinho, Zouk, Salsa, Merengue, Lindy Hop, Valsa...), depois passei a ser bolsista, e tudo aquilo que eu já sabia, reaprendi! E não pensem que isso durou alguns meses não, foram mais 2 anos de bolsista até ser promovida... a instrutora, até podia ensinar mas sob supervisão dos professores e só quando me designavam para isso.
Às vezes era muito difícil ir para a academia, nem sempre os alunos eram legais, tinham suas dificuldades, e eu também tinha os meus problemas, era muito nova e não sabia o quanto isso interferia no meu trabalho, sempre fui muito emotiva e achava que as emoções eram para ser vividas na sua plenitude...tudo na minha vida era dilacerante.
Fui então promovida a professora assistente, era igual a ser instrutora, mas com um pouco mais de responsabilidade, mas ainda sob supervisão do professor efetivo. Os sentimentos ainda eram os mesmos, nada havia mudado.
Nesta época estava na faculdade (Comunicação das Artes do Corpo - PUC), muitas coisas estavam acontecendo e surgiu a oportunidade de trabalhar com Dança de Salão em um Projeto Social no Campo Limpo, para crianças e adultos carentes.
Me vi sozinha, não devia mais nada a ninguém, eu era dona do meu trabalho, podia fazer do jeito que sempre quis sem interferências. E foi com este trabalho que os véus começaram a ser levantados, e eu comecei a entender o que era ensinar. Eu tinha um prazer enorme em dar aula para aquelas pessoas, na verdade, eu aprendia muito mais do que ensinava e aprendi algo que levo pro resto da minha vida: humildade. Dar para aqueles que não não tem nada, por menos que seja, é muito mais gratificante do que podemos imaginar.
Foi realmente uma experiência incrível, mas o projeto acabou...
Voltei a dar aula em Academias de Dança, e tudo aquilo que havia aprendido começou a tomar forma na maneira como eu ensinava, todas as coisas que ouvia quando comecei como bolsista começaram a fazer sentido.
Humildade e paciência, duas virtudes que exercito até hoje e nem sempre é fácil. Muitas vezes nossos alunos tem muita dificuldade, temos que saber entender o tempo de cada um, entender que mesmo quando fazemos um planejamento de aula, estamos lidando com pessoas, e não com coisas que seguem a risca aquilo que imaginamos como ideal.
Foram 12 anos de aulas de Dança para começar a dar aulas efetivamente, e nesses 12 anos aprendi com diversos profissionais, aprendi muitos estilos para poder escolher o meu, observei muitos professores para poder formatar a minha didática, ainda que ela esteja em constante mudança; e ainda não parei de aprender, faço aulas de dança até hoje, pois acredito que experiência não é tudo, mas faz sim diferença e que um bom professor deve entender que o aprendizado nunca acaba, estamos sempre aprendendo, principalmente com nossos alunos.
Para dar aula, não basta saber uma quantidade x ou y de movimentos, é preciso muito mais que isso, é preciso amor àquilo que se faz, tem a ver com o último texto que escrevi, O Prazer da Dança. 
Acredito que não precisamos correr com nossos alunos para o outro lado da avenida carregando um peso enorme de passos mau aprendidos a troco de nada. Acredito que podemos atravessar essa mesma avenida, sempre nos divertindo, cada um no seu tempo, sem pesos, leves, seguros daquilo que podemos fazer, dando um passo de cada vez, mas sempre com aquela vontade de querer muito mais.
Amo o que faço e faço com prazer...Obrigada aos meus alunos que me ensinam um pouquinho mais a cada dia.











Um comentário:

  1. :-)

    Belo caminho. Parece mesmo o caminho de mta gente q eu já conheci na dança de salão.

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